quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Construção Sustentável: Questão de Consciência e Responsabilidade Social

Patrícia Drummond

Com o uso de ecomateriais e de soluções tecnológicas e inteligentes para promover o bom uso e a economia de recursos finitos -- como a água e a energia elétrica --, a Construção Sustentável é sinônimo de modernidade com responsabilidade. Ao promover intervenções sobre o meio ambiente, adaptando-o para suas necessidades de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as futuras gerações, contribui muito para a consolidação de um desenvolvimento sustentável e inclusivo.

Edifício Verde - No cenário internacional, os projetos de grandes edifícios têm constado da pauta de conferências mundiais organizadas para discutir o desempenho tecnológico, ambiental, econômico e funcional dessas edificações. O primeiro encontro, centrado na eficiência energética das edificações, foi realizado em 1994, na Inglaterra. Mas o embrião da construção sustentável foi o conceito de green building (edifício verde), que surgiu na Europa e nos Estados Unidos a partir da década de 1970. Com a crise energética decorrente dos altos preços do petróleo no mercado internacional, os construtores passaram a pensar modos de se construir de forma mais amigável ao ambiente, com uso de fontes alternativas de energia, como a solar. Nos anos 1980, houve o "boom" dos sistemas de avaliação da performance ambiental dos edifícios, o que fortaleceu o movimento. Nos anos seguintes, o foco foi ampliado e as discussões tornaram-se gradualmente mais abrangentes, chegando ao conceito atual de construção sustentável, ou edifícios de alto desempenho. O primeiro evento dessa nova etapa foi realizado em 1998, em Vancouver, no Canadá.

Construir de modo sustentável tem um enorme valor social. Basta lembrar o que diz relatório do PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: se a construção civil do mundo todo adotar os critérios da sustentabilidade, o efeito na redução de gases do efeito estufa será o mesmo do que se pretende no Protocolo de Kyoto. Está claro que não há uma relação amigável entre o ambiente natural e o ambiente construído; essa é uma das razões da insustentabilidade que se configura como desequilíbrio social, cultural, econômico e político.

Mas as empresas, os governos e as ONGs não são as únicas responsáveis pelos materiais de construção e pelo estado atual do meio ambiente. O consumidor, ao optar por um produto A, B ou C, é também co-responsável por todo o processo, já que é para ele que se destinam todos os produtos e, por extensão, as construções. Com uma nova consciência, ele pode ajudar a alterar todas as regras do mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário